TDAH nas redes sociais: caminhos para a medicalização da infância

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Fernanda Martinhago

Resumen

A medicalização da infância é uma temática que está em evidência na contemporaneidade, devido a uma epidemia de transtornos mentais que atinge crianças e adolescentes. Nesta perspectiva, considera-se que uma parte do público infanto-juvenil está sendo prejudicada por diagnósticos psiquiátricos equivocados e tratamentos desnecessários. Portanto, a principal preocupação que rege esta pesquisa é com crianças e adolescentes que estão sendo rotulados com diagnósticos falso-positivos de transtornos mentais e "tratados" com intervenções medicamentosas como se tivessem patologias graves. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) foi elegido como tema principal deste estudo por apresentar elevada prevalência em diversos países. A partir deste contexto, foi estabelecido como objetivo desta pesquisa compreender como as redes sociais (comunidades virtuais do Facebook) são utilizadas para veicular estratégias biopolíticas, com intuito de articular o processo de medicalização da infância.  A metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa foi a etnografia virtual em uma comunidade da rede social Facebook. Considera-se que as informações sobre o TDAH disseminadas nas redes sociais, identificadas como de caráter educativo, e somadas à publicidade, caracterizam uma vulnerabilidade do campo virtual que viabiliza a articulação da medicalização de infância.

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Artículos de Investigación
Biografía del autor/a

Fernanda Martinhago, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutora em Antropologia e Comunicação pela Universitat Rovira i Virgili (URV) – Espanha. Doutora em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em Saúde Coletiva pela UFSC. Graduada em Psicologia pela Universidade Regional de Blumenau (FURB). Pesquisadora do Núcleo de estudos em sociologia, filosofia e história das ciências da saúde (NESFHIS) do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (UFSC).