Relações entre pobreza e bem estar em comunidades rurais do Brasil

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Verônica Morais Ximenes
Carlos Eduardo Esmeraldo Filho
Natacha Farias Xavier
Maria Natália Bizerra Pimentel Monteiro

Resumo

A pobreza é um fenômeno complexo e multidimensional. As relações da pobreza com o bem estar, no geral, estão presentes na incompatibilidade entre esses dois aspectos.  Objetiva-se analisar os impactos da pobreza e suas repercussões no bem estar da população das comunidades rurais do Brasil. A metodologia quantitativa com a aplicação de um questionário com Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) e a Escala de Bem Estar Pessoal (Personal Wellbeing Index - PWI) nas comunidades Pentecoste (Ceará), Cascavel (Paraná) e Humaitá (Amazonas). Participaram 1.156 indivíduos, tendo 1.113 questionários válidos com 328 (29,7%) questionários respondidos por homens e 777 (70,3%) por mulheres. Ao comparar a média do IPM por município, Pentecoste foi o município com maior pobreza multidimensional (IPM=0,32, DP=0,11), seguido de Humaitá (IPM=0,31, DP=0,11) e Cascavel, município que apresentou menor pobreza multidimensional (IPM=0,28, DP=0,11). Pentecoste apresentou a média de bem estar mais alta (M= 7,78), seguida de Cascavel (M= 7,42) e de Humaitá (M= 7,13). As relações entre pobreza multidimensional e o bem estar apresentaram as contradições entre maior quantidade de renda e maior bem estar, tendo em vista que o nível de bem estar dos pesquisados foi alto, mesmo vivendo em contextos de pobreza. Então surge a  proposta de discutir o bem estar a partir da perspectiva do buen vivir que exige um processo amplo de reflexões e discussões que aponta para necessidade de incorporar valores coletivistas e a ética da suficiência para toda a comunidade, quando se analisa principalmente os contextos rurais.

Detalhes do artigo

Seção
Artículos de Investigación
Biografia do Autor

Verônica Morais Ximenes, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Professora Titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC),Doutora em Psicologia pela Universidad de Barcelona e Pós-doutora em Psicologia pela UFRGS. Pesquisadora CNPq-2

Carlos Eduardo Esmeraldo Filho, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Psicólogo, Doutorando em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e Mestre em Saúde Pública pela UECE.

Natacha Farias Xavier, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Psicóloga e Mestranda em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Maria Natália Bizerra Pimentel Monteiro, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC