O trabalho remoto de psicólogos com pessoas com deficiência intelectual na pandemia

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Aline Cristina Ferreira
Juliana Soares de Jesus
Vera Lucia Trevisan de Souza

Resumo

O presente artigo apresenta os resultados de uma pesquisa de iniciação científica que objetivou refletir sobre as dificuldades e facilidades do trabalho remoto com pessoas com deficiência intelectual. Devido ao cenário pandêmico, frente a covid-19, os cinco encontros realizados ocorreram na modalidade remota, via plataforma Google Meet. Participaram seis adultos diagnosticados com deficiência intelectual, que frequentam uma Organização da Sociedade Civil que presta serviço de Apoio à Vida Adulta, com programas que buscam apoiar a inclusão social, localizada na cidade de Campinas/SP. A análise se sustentou nos pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Histórico-Cultural, sobretudo os de Vigotski. Osresultados indicam que a dificuldade de comunicação, de compartilhamento de significados e de manuseio à tecnologia são obstáculos para o desenvolvimento de pessoas com deficiência. Entretanto, conclui-se que a atividade de contar e ouvir histórias potencializa espaços de desenvolvimento e de partilha de sentidos e significados, sem negação das diferenças e necessidades adaptativas, mas enquanto possibilidade de construção conjunta de caminhos possíveis para uma inclusão efetiva.

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Seção
Artículos de Investigación
Biografia do Autor

Aline Cristina Ferreira, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Especialista em Projetos Sociais e Políticas Públicas pelo Centro Universitário SENAC. Graduada em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Graduanda do curso de Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Desenvolve plano de trabalho de Iniciação Científica intitulado "A contação de histórias como ferramenta do psicólogo escolar na promoção da inclusão de alunos na escola pública: reflexões a partir da Psicologia Histórico-Cultural". Desenvolveu plano de trabalho de Iniciação Científica em 2019 investigando as significações de professores sobre as relações que estabelecem na escola, e a influência dessas significações em seus processos de ensino e aprendizagem. Em 2018 investigando as expectativas que os pais/responsáveis atribuem ao futuro seus filhos, ambos com financiamento FAPIC/Reitoria e em 2017, com financiamento CNPq, investigando quais são os significados e sentidos atribuídos pelos jovens, do 1º ano do Ensino Médio noturno, à escola que têm e à escola que gostariam de ter e de que modo estas significações favorecem/desfavorecem a promoção do interesse pelo conhecimento escolarizado. Insere-se na linha de pesquisa Intervenções Psicológicas e Processos do Desenvolvimento Humano e baseia-se nos pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Histórico-Cultural, sobretudo os de Vigotski. Membro do Grupo de Pesquisa "Processos de Constituição do Sujeito em Práticas Educativas" (PROSPED), do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia - Profissão e Ciência, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, cujo atual projeto-mãe do grupo é intitulado "A potência da pesquisa-intervenção mediada pela arte na transformação da escola e da educação: práticas colaborativas e coletivas em Psicologia".

Juliana Soares de Jesus, Grupo Educacional Yduqs - Unimetrocamp

Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, com financiamento CNPq. Possui Graduação em Psicologia (2013) pela PUC-Campinas e Mestrado em Psicologia como Ciência e Profissão (2015-com financiamento CNPq) pela mesma instituição. Atualmente é professora assistente no Grupo Educacional Yduqs - Unimetrocamp e realiza atendimentos clínicos para adolescentes e adultos.

Vera Lucia Trevisan de Souza, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Docente e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia e do curso de graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Foi Coordenadora do Programa de 2010 a 2017. Possui graduação em Psicologia (1985), mestrado (1998) e doutorado (2004) em Educação (Psicologia da Educação) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Membro da International Society for Cultural-Historical Activity Research (ISCAR), desde 2019. Membro do GT de Psicologia Escolar/Educacional da ANPEPP. Atua na área da Psicologia Escolar-Educacional, com interesse no desenvolvimento humano e nos processos educativos, desenvolvendo pesquisas sobre os temas: relações professor-aluno-gestores-comunidade; inclusão escolar; formação docente; valores na escola; desenvolvimento da adolescência; desenvolvimento infantil; aspectos afetivos nas práticas pedagógicas; o papel da linguagem no desenvolvimento e aprendizagem e psicologia da arte. A psicologia Histórico-Cultural é o aporte teórico adotado para as análises realizadas pelo grupo de pesquisa que coordena: Processos de constituição do sujeito em práticas educativas. Tem experiência na área da educação, em que atua como assessora de redes públicas municipais e estaduais e é avaliadora adhoc do Conselho Estadual de Educação do Estado de São Paulo.