Homens e cuidado: Construções de masculinidades na saúde pública brasileira

Thiago Félix Pinheiro, Márcia Thereza Couto, Geórgia Sibele Nogueira da Silva

Resumen


Na direção dos estudos sobre a relação entre a construção social das masculinidades e o processo saúde-adoecimento-cuidado, este artigo apresenta depoimentos de homens, usuários de serviços da Atenção Primária à Saúde (APS), acerca de suas construções identitárias e da relação que essas mantêm com questões como o reconhecimento de problemas de saúde e a procura por cuidado. Os dados são provenientes de pesquisa multicêntrica, orientada pela perspectiva etnográfica e voltada à investigação da relação entre homens e serviços de APS em cidades de quatro estados brasileiros. Trata-se de um recorte, referente a entrevistas semi-estruturadas, realizadas com 60 homens, usuários de duas Unidades Básicas de Saúde, localizadas na cidade de Natal. Nos depoimentos a respeito do que caracteriza o ser homem, destacam-se as associações entre ser homem e ser forte, e entre os homens e o (não) cuidado. São expressas também percepções acerca do uso das unidades por parte dos homens e da configuração da estrutura desses serviços, no que diz respeito à atenção fornecida a homens e mulheres. Os discursos são ambivalentes; recorrem a características, valores e estereótipos de gênero, por outro lado, os criticam ou problematizam. Uma rearticulação de concepções estereotipadas e naturalizadas de gênero, presentes nas interações sociais e nas práticas de saúde, se delineia com um desafio especialmente importante no atual cenário de construção política e institucional da atenção à saúde dos homens.

Texto completo: PDF



Copyright (c) 1969 Thiago Félix Pinheiro, Márcia Thereza Couto, Geórgia Sibele Nogueira da Silva

Licencia de Creative Commons
Este obra está bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento 4.0 Internacional.